O que concebemos como Equinócio e Solstício são fenômenos astronômicos que, a partir da incidência dos raios solares nos hemisférios norte e sul (que varia de acordo com a posição da Terra em relação ao Sol) e da inclinação da Terra em seu eixo de rotação, assentam o início das estações do ano (primavera, verão, outono e inverno).

Frente a esses fenômenos, povos da Antiguidade creditavam o movimento ao Sol que, portanto, partiria ou regressaria dos hemisférios e do que convencionamos chamar de Linha do Equador, portanto realizando dois movimentos ao ano, um em cada hemisfério e dois movimentos em relação ao equador.

Assim foram concebidos os Solstícios quando o Sol alcançaria o seu extremo, atingindo o seu limite máximo de declinação em relação à Linha do Equador; com isso, resultando em maior luminosidade em um dos hemisférios.

No Solstício de Verão, a incidência solar é maior em um dos hemisférios, ocasionando dias mais longos que a noite; enquanto no Solstício de Inverno ocorre o oposto, ou seja, a incidência solar é menor e as noites são mais longas que os dias.

Fonte: Brasil Escola

Enquanto nos Solstícios o Sol incide seus raios diretamente sobre os hemisférios; nos Equinócios os raios solares se dirigem à Linha do Equador, iluminando por igual ambos os hemisférios. O Equinócio marca, por sua vez, o início da primavera e do outono, intercalando-se aos Solstícios.

Como a intensidade da luz solar equivale em ambos os hemisférios, tem-se a mesma duração para o dia e para a noite.

Fonte: Brasil Escola

Há uma notável relação, portanto, entre a inclinação da Terra em relação ao plano orbital, em seu movimento de rotação (girando em torno de seu próprio eixo), e o movimento de translação (girando em torno do Sol), determinando diferentes estações no ano, distintas conforme as regiões do planeta, o que permite que enquanto no Hemisfério Sul seja verão, no Hemisfério Norte tenhamos inverno; valendo o mesmo para a consecução entre primavera e outono.

Sendo assim, Equinócio e Solstício marcam o início de cada estação em cada hemisfério.

A celebração dos Equinócios e Solstícios é praticada, devido a sua importância para culturas agrícolas e, com isso, para a sobrevivência dos povos, por diversas e antiquíssimas civilizações, em cosmovisões e cultos mágico-religiosos os mais distintos, com profundos e complexos conteúdos esotéricos e marcando práticas de importantes tradições iniciáticas.

Trata-se do próprio ciclo da vida, de morte e renascimento, começos e recomeços, desvelando a lógica sublime que anima toda a natureza manifestando-se nos reinos animal, vegetal e mineral.

Egípcios, celtas, persas, gregos e tantos outros povos festejaram estes marcos e, dadas as origens salomônicas dos rituais maçônicos, nossa Augusta Ordem é também continuadora desses mistérios.

Como nos recorda José Castellani: “Por herança recebida dos membros das organizações de ofício, que, tradicionalmente, costumavam comemorar os solstícios, essa prática chegou à Maçonaria moderna, mas já temperada pela influência da Igreja sobre as corporações operativas. Como as datas dos solstícios são 21 de junho e 21 de dezembro, muito próximas das datas comemorativas de São João Batista, 24 de junho, e de São João Evangelista, 27 de dezembro, elas acabaram por se confundir com estas, entre os operativos, chegando à atualidade. Hoje, a posse dos Grão-Mestres das Obediências e dos Veneráveis Mestres das Lojas realiza-se a 24 de junho, ou em data bem próxima.”

E como compete a nós, obreiros desta universal Maçonaria, mantermos vívidas nossas mais longevas tradições, celebremos, portanto, nosso reencontro com um passado muito anterior à etapa operativa de que somos tributários; reconectemo-nos ao passado daqueles que, desde o Antigo Egito, sistematizaram as ciências totêmicas, origens primevas das ainda vívidas ciências herméticas que têm também na Maçonaria moderna uma de suas mais fiéis ordens guardiãs!

Texto do Ir:. Rodrigo Medina Zagni (M:. I:.)